“Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e melhores salários, pela manutenção dos direitos e pela sua ampliação, pela redução das taxas de juros, na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e urbana, em defesa dos investimentos em políticas sociais, em defesa do monopólio dos Correios e pela Conferência Nacional de Comunicação democrática e popular”, afirma a convocatória do ato, em relação às reivindicações dos trabalhadores.
Os servidores do Judiciário Federal e do MPU foram representados na marcha nacional pelas coordenadoras do Sindjus-DF Ana Paula Cusinato e Sheila Tinoco - que também é coordenadora de comunicação da Fenajufe. Outras entidades dos servidores públicos federais, como Andes-SN, Fasubra Sindical e Condsef também se juntaram aos manifestantes e fizeram intervenções no ato em frente ao Ministério do Planejamento. Lá, os dirigentes das três entidades cobraram do governo várias reivindicações, como o cumprimento dos acordos firmados com as diversas categorias do funcionalismo federal, reajuste anual e reposição das perdas salariais.
Em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, lideranças do MST e da Via Campesina também apresentaram suas reivindicações. O MST realizou nesta semana uma jornada de lutas, na qual reivindicou o descontingenciamento de R$ 800 milhões do orçamento do Incra para este ano e aplicação na desapropriação e obtenção de terras, além de investimentos no passivo dos assentamentos. As ações também reivindicaram a atualização dos índices de produtividade, intocados desde 1975, e investimentos para o fortalecimento dos assentamentos nas áreas de habitação, infra-estrutura e produção agrícola. Segundo dados do movimento, parte significativa das famílias acampadas está à beira de estradas desde 2003 e 45 mil famílias foram assentadas apenas no papel. A marcha nacional em Brasília contou com a participação de 3 mil trabalhadores rurais sem terra.
“O nosso objetivo principal hoje com essa marcha é alertar o governo para que não fique privilegiando as grandes empresas e garanta condições básicas de geração de emprego, valorização do salário, garantia dos direitos dos trabalhadores, e que garanta também a reforma agrária como medida de enfrentamento à crise”, afirmou a coordenadora nacional do MST, Marina Santos.
Luta contra o monopólio dos meios de comunicação e em defesa da Confecom
A campanha pela realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação também foi uma das bandeiras de lutas do ato unificado, realizada nesta sexta-feira, em Brasília. Militantes das várias organizações que compõem as Comissões Nacional e Distrital Pró-Conferência e o FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação) levaram suas reivindicações, que passam desde a quebra do monopólio dos veículos de comunicação pelas grandes empresas, fim da propriedade cruzada dos meios, controle da programação e o incentivo à abertura dos canais públicos e comunitários. A Fenajufe, que faz parte da Comissão Nacional Pró-Conferência marcou presença no bloco da comunicação, com as faixas Conferência Nacional de Comunicação: o país debate mídia com democracia e Por uma Conferência de Comunicação aberta, ampla e democrática. Além da Federação e do Sindjus-DF, também participaram as seguintes entidades que compõem as comissões pró-conferência: Sindicato dos Jornalistas do DF, CUT-DF, Coletivo Intervozes, Cojira-DF, MNU, Abraço e FNDC-DF.
Em frente ao Ministério das Comunicações, os manifestantes exigiram que o governo garanta a realização da Confecom, mesmo com a saída dos empresários do processo. As entidades dos trabalhadores da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) também criticaram a proposta que quebra o monopólio do serviço postal no país e privatiza os Correios.
“Estamos vivendo um momento histórico que é a construção da Conferência Nacional de Comunicação. Ao chamar a Conferência, o governo atende aos apelos dos movimentos sociais, assim como a uma divida histórica que é a luta pela democratização dos meios de comunicação”, afirmou a coordenadora de comunicação da Fenajufe, Sheila Tinoco, que falou em nome do FNDC e da Comissão Nacional Pró Conferência.
Sheila criticou a retirada de parte do empresariado da Comissão Organizadora Nacional da Confecom e ressaltou a importância da pluralidade na conferência. “Queremos a participação de todos. O governo já havia garantido que mesmo sem o empresariado ela irá acontecer e é importante a participação da sociedade, do movimento social, dos sindicatos, de todos os grupos”, afirmou. A representante fez ainda um agradecimento especial ao MST, pela nota lançada pela entidade, que tem o lema: “Nas ruas pela Reforma Agrária no campo magnético e por um Brasil sem latifúndio na comunicação”.
“Nós já falamos ao governo que não aceitaremos participar em condições rebaixadas e vamos construir uma conferência democrática, plural e que atenda aos interesses sociais e dos trabalhadores, sem os empresários”, ressaltou.
No ato final, em frente ao Ministério da Fazenda, quando falaram dirigentes das várias centrais sindicais, o secretário de Políticas Sociais da CUT-DF, José Ismael, saudou o MST e as diversas categorias de trabalhadores presentes. O representante da CUT ressaltou a importância do movimento sindical se organizar de forma unificada para mostrar ao governo e aos empresários que a atual crise econômica não é dos trabalhadores e, por isso, não pagarão por ela.
“Viemos aqui para exigir o fim dos juros e do superávit primário, regulamentação das Convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho, reforma agrária, redução da jornada sem redução de salários e uma conferência de comunicação democrática e popular. Esta luta é de todos os trabalhadores, do campo e da cidade, dos estudantes e dos movimentos sociais”, afirmou Ismael.
Clique aqui e veja o clipe do ato desta sexta-feira, produzido pelo Paranoarte Multimídia [escola de comunicação popular e multimídia].
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