quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Comunicação é pPauta de Conferência Intermunicipal em Sapiranga



A democratização da comunicação sobre a ótica de quem faz o
jornalismo, a publicidade, e a relação dos comunicadores com a opinião
pública e os monopólios da mídia foram temas da 1ª Conferência
Intermunicipal da Comunicação, realizada nesta terça (29) no auditório
da Secretaria de Educação de Sapiranga. A proposta do Fórum Nacional de
Democratização da Comunicação (FNDC) visa debater as várias interfaces
comunicacionais e a melhor maneira do público contribuir para fazer uma
mídia transparente e participativa.
Na parte da manhã, o correspondente da Rede BBC em Beirute, jornalista
Tariq Saleh, falou da sua experiência jornalística no Oriente Médio e a
influência política de determinados grupos ligados às religiões no
contexto profissional e quanto à informação. “Em alguns países, os
governos locais monitoram muito o trabalho dos profissionais. Há, no mundo
árabe, uma polarização da mídia”, disse Saleh. O prefeito Nelson
Spolaor afirma que em alguns casos os meios de comunicação tendem a
moldar valores, formar opinião de maneira conflitante e criticou a
espetacularização da mídia. “A liberdade de imprensa é importante,
mas temos que pensar a democratização da gestão da comunicação sobre
este ângulo”.
No painel sobre a democratização da comunicação, o jornalista Celso
Schröder, coordenador do FNDC e o professor da PUC, Osvaldo Biz,
discorreram sobre o papel das conferências, a importância delas para a
sociedade e a forma em que se dão as concessões públicas dos veículos
de comunicação. Schröder enfatiza que a democratização da
comunicação no Brasil enfrenta um revés de alguns setores do
empresariado que controla a mídia, com violação de preceitos assegurados
na própria Constituição Brasileira. “Esses preceitos que estão
regulamentados na nossa Carta Magna não estão sendo cumpridos”, diz. A
expectativa, segundo ele, é de que as conferências sirvam como embrião
para um futuro marco regulatório do setor.
Já Osvaldo Biz fez uma leitura crítica, apresentando dados comparativos
do conhecimento do público sobre como eles veem os diferentes meios de
comunicação, interesses na concessão pública, ditadura do IBOPE e na
mão de quem estão os monopólios e oligopólios da mídia. “Há uma
estreita relação entre os donos da mídia, as empresas anunciantes e o
público. Esta relação acontece através da audiência e, é claro, nos
lucros que está audiência traz aos veículos e às empresas”, explica o
professor da PUC.
À tarde, a Conferência teve a participação dos jornalistas Maurício
Carvalho (diretor do Jornal O Polvo), Tiago Padilha (Grupo Sinos) e da
professora da Feevale Neusa Ribeiro. O painel tratou do desafio da
digitalização das mídias, produtos segmentados, Internet e mídias
comunitárias. Para Neusa Ribeiro: “Temos que refletir sobre a mudança
do conceito geral do conhecimento que as pessoas estão recebendo através
da informação”. Ela sugere a formação de conselhos municipais e meios
alternativos frente à “imprensa ortodoxa”.
O próximo debate da democratização da comunicação acontece no dia 14
de outubro, durante Conferência Metropolitana, no prédio 14 da Ulbra, em
Canoas. A Conferência Estadual será nos dias 3 e 4 de novembro, no
auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. A
Conferência Nacional ocorre em Brasília, nos dias 1°, 2 e 3 de dezembro.

Lisandro Lorenzoni
Assessoria de Comunicação Social
Fone: 3599-4499 – ramal 230




Nenhum comentário:

Postar um comentário